quinta-feira, 19 de junho de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sol&Lua_calor.qb

Chegou o calor...veio de mansinho numa onda de fim de tarde das que se formam quando o mar parece descansar com o peso do pôr-do-sol... veio de mansinho quando distraidamente virei costas e tocou-me...num toque leve cheio do ar de uma brisa suave que deixou em mim outra forma de sentir...uma forma desalinhada de quem apenas vive...num deixar que a multidão nos arraste para onde for...numa ânsia de nada perder...numa ânsia de quem sente que tem muito ainda e pouco tempo para viver...

Chegou o calor e Senti o quanto é bom acordar, independentemente do sítio onde se tem que ir...independentemente de quem nos acena, vê passar, beija ou espera...Senti manhã cedo o grito das gaivotas e o silêncio do seu vôo certeiro...Como quem sabe o que procura e onde está... a rasarem perto de mim, a abrirem caminho para também eu me encontrar...

Hoje sou espelho de quem tem em si a força do Sol...que se levanta mesmo nos dias cinzentos para presentear quem nos diz tudo, com o rasgo de um sorriso...força de uma impenetrante alegria...que nunca se demove e dorme alerta à noite sobre o mar...Hoje sou também espelho de quem trás nos olhos o encantamento da Lua...não de uma lua qualquer, em qualquer uma das suas fases mas de uma lua Cheia de vida, Cheia de mel...de uma lua que passa os dias à espera que o Sol se esconda para aparecer...de uma lua que apenas toca o Sol por instantes, de quando em quando mas que mesmo assim se põe bonita, se ilumina cheia de graça para no fim de cada noite morrer e sempre mais bonita renascer...por que o faz não sei, por quem espera...pergunta-lhe?!...sei apenas que tem vontade de viver... e que deixa na areia mensagens para que o Sol quando se levanta se ilumine apenas por se lembrar que ela esteve ali...

sábado, 7 de junho de 2008

Estado de Espírito II

"Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas..."

Mário Quintana